Em busca de um coração ardente

Amores!!

Sejam bem-vindos a este blog!

Uma experiência onde quero contar a cada um o caminho que estou percorrendo na senda da Mística Andina, ao encontro da divindade que habita em mim.

Com imenso carinho,

Cari



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mestres do Amor


Foi um longo período que percorri até setembro de 2009, quando finalmente cruzei o Atlântico, rumo a encontrar o que de mais puro existe dentro de mim, minha essência luminosa, minha parte divina.
Tudo começou em 2003, quando atravessava um destes momentos de vida, onde o sofrimento toma conta de nosso ser e foi então que, levada por uma amiga, conheci um mestre do Amor, alguém que não precisou falar, apenas olhar nos meus olhos, para que eu lembrasse que minha alma já o conhecia de outras vidas. Não me afastei mais dele, foram muitas palestras, muitos cursos, e aprendi uma coisa que não sabia, entre tantas outras: viajar.
Dentro do movimento da Mística Andina, viajamos muito..., muitas vezes dentro do nosso quarteirão ou de nossa própria casa, mas nem por isso as peregrinações deixam de ser intensas.
Assim, final de setembro de 2009, um grupo de peregrinos saiu do Brasil rumo à Índia e ao Nepal, conduzidos por Gerardo Bastos (Lucidor Flores), guia do Movimento Mística Andina.
Jamais pensei que viajaria tão longe... Então, depois de passar onze horas em um avião até Paris e mais sete horas até Nova Delhi, iniciei uma aventura sagrada.
Quando desembarcamos, nosso guia indiano já nos aguardava, com colares de flores e comecei a entender que as flores são parte da Índia... Tudo lá, e também no Nepal, é adornado com flores, elas estão presentes em cada ritual, em cada casa, nas mãos das crianças, das mulheres e também nas mãos dos homens... Elas são colocadas em grandes tigelas com água e enfeitam e perfumam cada ambiente... Sim, lá elas têm perfume. Em alguns dias , estávamos em Varanasi.
Chegar a Varanasi e ver o rio Ganges, devoção a um ser vivo... Ganga Ma, a Mãe, a Vida para o povo indiano... uma mãe generosa, acolhedora... é algo que precisamos ver para sentir.
Foi em Varanasi que meu coração se sensibilizou ante a enorme devoção e simplicidade deste povo, que logo que abre os olhos, a primeira coisa que sente é devoção, a necessidade de agradecer e reverenciar à vida. Levantávamos diariamente, como eles, às 5 horas e íamos ao Ganges, ver o sol nascer e agradecer e olhávamos as crianças, algumas ainda tão pequenas, mas com seus olhinhos negros e profundos, manifestando através de suas oferendas, seu amor por Ganga Ma... Isso é de desarmar nossa mente, é como um despertar urgente da alma, porque ao nos depararmos com tanta devoção, uma devoção no cotidiano, algo que não costumamos ver, a alma espontaneamente acorda.
Eu não sabia que por intermédio do meu Mestre, Lucidor Flores, conheceria muitos Mestres do Amor na Índia e foi assim que experimentei o amor e a sabedoria de Guruji, Babaji, Swami Veda, Vishnu...todos com algo em comum... o olhar... o mesmo olhar que senti do povo indiano em geral. Ao fitar os olhos desses grandes homens, vi que transmitiam muita tranqüilidade e doçura e eram olhos vivos, cheios de uma encantadora alegria. A presença desses mestres era leve e amorosa. Aprendemos muito com eles, pela palavra, pelo exemplo e pelo olhar... Om guru deva om!
Um verdadeiro Mestre nunca lhe dirá que é um Mestre, nunca; ele deixará senti-lo e compreendê-lo, não tem pressa de ser reconhecido. É pelo seu desinteresse que reconhecemos um verdadeiro Mestre. Cada Mestre vem à terra para aqui manifestar uma qualidade particular e com o exemplo nos ensinar: há, portanto, Mestres da sabedoria, Mestres do amor, ou da força, ou da pureza... Mas todos os verdadeiros grandes Mestres têm, obrigatoriamente, uma qualidade em comum: o desinteresse.
Agradeço a esses Mestres do Amor que encontrei, que a cada instante nos mostraram que podemos sim estar abertos e sentir as delícias de nossa Mãe terra, nossa Pachamama... sentir a vida... sentir os rios, as florestas, os animais, as pedras e a maravilhosa paisagem humana, nossos hermanitos, e assim vivermos enamorados, usufruindo e desfrutando a cada segundo, a cada alento, a cada inspiração e expiração.
Agradeço aos Mestres do Amor que nos colocaram no fluxo amoroso de Pachamama, da lentidão, do olhar terno e alegre, da sensibilidade aberta, do perceber, do sentir e, principalmente, da possibilidade de vivermos encantados, em estado de permanente gratidão.